Estava aqui me aventurando pelos arquivos antigos do blog e percebi que uma das últimas postagens que fiz foi logo que entrei no meu trabalho. Empresa gigante e inúmeras possibilidades de encarreiramento. Quando criança, a minha primeira resposta àquela pergunta infame que nós adultos insistimos em fazer - "o que vc quer ser quando crescer?" - era "ser mãe". Mas eu tinha outras opções em mente, pensava em ser empresária, tal qual meu pai. Ou executiva de uma multinacional. Achava lindo! Sonhava ser gente que manda em gente se equilibrando num salto alto agulha e desfilando tailleur de grife.
Já me afundei em lamúrias por não ter alcançado esse posto de mulher de negócios tipo capa da Forbes. Do alto dos meus 15 anos, achava que aos 30 eu estaria no auge da minha brilhante carreira. Quanta inocência. Não foi nada disso. Aquele desejo infantil era mais forte. Tornei-me mãe menos de 1 mês depois de cortar o bolo dos 20 anos. E a comemoração dos 30 anos foi pouco depois dos gêmeos completarem 2 meses. Não tive a festança que sempre imaginei. Quem sabe aos 40?
Hoje, porém, não me sinto fracassada. Nem perto disso. Canso, mas não me arrependo de nada. Acabei criando uma sociedade (prematura, de fato) com meu Don Juan e juntos administramos uma puta empresa! Aqui em casa rola de tudo. E quase sempre nos sentimos sobrecarregados com as tarefas e os prazos curtos. Deve ser por isso que ainda pago anualmente meu CRA. Administrar o lar, as necessidades de cada filho e ainda dar conta do recado da vida que acontece lá fora é punk. Viramos adultos, cara!
Esse papo de maternidade versus carreira é prenúncio claro da ansiedade que a expectativa do meu retorno ao trabalho tem começado a trazer. Às vezes desejo uma vida de dedicação exclusiva aos filhos e à família, às vezes tenho certeza de que não sustentaria isso jamais. Financeiramente é mesmo impossível, não sei nem de que vale imaginar uma possibilidade inviável. Mas desconfio que emocionalmente também seria difícil. Gosto de trabalhar fora. Gosto de ser algo além de mãe e esposa. Mesmo que meu papel profissional real life não tenha nada a ver com aquele projetado lá atrás. Afinal, sou gente que obedece gente que manda! E tudo bem.
Quando penso na tríade trabalho, casa e filhos (nunca necessariamente nessa ordem), o plano agora é dar conta de ser boa em cada uma dessas facetas da melhor maneira humanamente possível. Xô mulher maravilha!
01/04/2015 despedida dos gêmeos para o meu primeiro dia de trabalho Joaquim e Juliana - 6 meses |
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