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Aquelas quatro paredes


A sala é pequena e, às vezes, quente. Olho de novo. Não é tão pequena assim. Eu que pareço ocupar muito espaço com todos os meus pensamentos. O calor vem do sol que bate nos vidros da janela, mas também da figura acolhedora que se posiciona em uma poltrona à frente. Não existe divã, que bom! Tenho essa necessidade estúpida de me manter no controle de tudo. Tirar os pés do chão e ficar de costas não me faria mergulhar mais afundo.


Meus pensamentos logo viram palavras. Anseio por uma guiada, senão nada do que digo terá sentido ou começo, meio e fim. Percebo minha ansiedade e euforia. Tudo pq tenho a chance de me expressar sem pressa, sem interrupções. Lembro dos diálogos familiares sempre frustrados por ninguém se ouvir de fato. Logo, concluo minha carência.

Terá saído desse lugar a vontade de divagar publicamente (para além de meus caderninhos?). Não sei. Minha fala é comumente enfática, mas não ouso querer mudar a opinião do outro. Se vc me conhece, deve estar duvidando disso. Mas, em tempos de influencers, carrego autoestima pobre demais para achar que tenho esse superpoder. Pensa vc, falho dentro de casa. Diariamente. É mais fácil desacreditar.

A cada quinze dias deixo aquela sala com mais perguntas que respostas. Não desisto pq já entendi. Está tudo aqui dentro. Mas sigo buscando lá fora. Base dos meus erros. Sempre. Os bons dias me ensinam: força, alegria, companhia e motivação são artifícios individuais.

Recomendo fortemente a dedicação desse tempo para cuidar de mentes borbulhantes. Encontre a sua sala e permita-se (se)derramar.



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