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Onde termina o incentivo e começa a projeção...


Imagem do Google

Estou hiper animada com a nova rotina de atividades extra-classe da Júlia. Ano passado ela fazia (bem mais ou menos) natação. Só. Esse ano ela faz ballet na escola 2 vezes na semana, natação também 2 vezes na semana, patinação artística sábados e domingos, além de ballet numa academia de dança aos sábados. Ufa! Uma correria sem tamanho! Mas é uma delícia vê-la gastando energia e se empenhando em fazer o melhor. Isso porque a turma da natação e do ballet na academia já estão bem adiantadas... então ela está correndo atrás. Na patinação  tem umas outras 2 meninas começando como ela.

Eu que sou fã de esportes e tive oportunidade quando criança de fazer um pouco de tudo estou amando essa nova fase na vidinha dela. Claro que a mudança rendeu um resfriadinho... e uma pulga atrás da orelha da mamãe aqui. Explico. Eis que no meio da aula de ballet da academia - que é super rígido - eu me deparo com uma ansiedade (em mim) nada saudável. Elas estão ensaiando uma coreografia que tem corda. Elas pulam corda. Só que a Júlia não sabe pular corda - sem parar - ainda. Todo final de aula a professora frisa a importância dela treinar e treinar. E treinar mais. Acontece que ao longo da semana a bichinha tá super sem tempo... e o único horário que ela pode pular corda é à noite... assim que chega da escola. Mas aí só tem farrapo de Juju. Obviamente, bate a preguiça e ela não pula nem dois minutos. Eu converso, explico a importância dela não ficar para trás e peço que ela se esforce mais. 

Na última semana, porém, cheguei a brigar com ela por conta disso. E depois... analisando a minha forma de lidar com a situação percebi que a gente se envolve tanto com as atividades dos filhos que é como se elas passassem a ser nossas. Minhas falas são sempre algo assim: "Acelera, Júlia... se não A GENTE se atrasa para a natação". Por que "a gente"? E isso me levou a perceber que quando briguei com ela por conta da corda e fiquei chateada por ela não se puxar um pouco mais... eu tava falando de um lugar que não é meu. Eu tava prevendo que ela ficaria com vergonha de ser a única no espetáculo a errar. Eu como mãe não ficaria com vergonha, mas a criança que ainda vive dentro de mim sim. Já passei por frustrações assim na infância e fico transmitindo lições de como se relacionar com as tarefas dela do meu jeito (errado). Se não serviu pra mim por que serviria pra ela? Eu sofria. Muito. E ela parece estar curtindo, descontraída. 

Tudo isso me faz voltar às discussões sobre a mulher versus o perfeccionismo. Estou criando uma perfeccionista. Mas eu só quero criar uma criança. Para o mundo, sim. Para a vida. Mas eu não preciso interferir na vidinha dela antes. Apenas apoiar o depois. A ansiedade que percebi no meio da tal aula era de que ela conseguisse logo pular a corda. Algo que parece bobo e natural... não fosse por ser uma expectativa minha. Como se a criança em questão fosse eu. De novo.

Júlia bailarina


Comentários

  1. Realmente, nós como mães as vezes projetamos vontades e sonhos que são nossos nos nossos filhos. E as vezes a cobrança pode ser grande demais...
    Quando eu era pequena meus pais me colocaram na ginástica rítmica. Eu acabei me revelando uma boa atleta e fui inclusive convocada para entrar na seleção. Mas não aguentei a pressão. Era muita cobrança dos meus pais, os treinos eram super puxados, não tinha folga quase nunca e acabei desistindo.
    Hoje me arrependo um pouco de não ter continuado um pouco mais, eu teria participado das Olimpíadas de Barcelona, mas acho que a experiência serviu para que tentasse dosar o incentivo com a cobrança na medida certa. Apoiando sempre, mas não fazendo com que algo prazeiroso acabasse se tornando numa obrigação odiosa.

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