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Maternidade Real (blogagem coletiva): Casamento pós-filho




Carol lançou o tema... e eu amei! Estreio minha participação na blogagem coletiva falando um pouquinho sobre as mudanças no casamento depois da chegada de um filho. Busquei inspiração em experiências próprias, mas também em histórias contadas por amigas, conhecidos ou gente que nunca nem vi. E parece mesmo que muita coisa é igual pra todo mundo.

Na teoria, sonho realizado. Família completa. Na prática, geralmente, o nascimento de um filho abala (efeito tsunami) o casamento.

As mudanças surgem ainda na gravidez. A descoberta para cada família tem um significado. Uns comemoram porque já esperavam, outros choram porque não imaginavam, uns choram de alegria, outros riem de nervoso. Eu tive duas surpresas. Chorei de medo nas duas vezes. E comemorei logo depois que o medo passou. Acredito que as mães são agraciadas com a vinda dos anjos de Deus. Mas... logo bate o enjôo, a prostração, o sono, a TPM sem fim. A barriga cresce, a balança sobe, a bochecha aumenta e os peitos (apesar de doloridos) ficam lindos! Ácido fólico, ômega 3, vitaminas e consultas. Muitas consultas. Meias Kendall, soutien até para dormir e roupas para grávidas. Compras, compras, compras. Como a gente gasta com coisas de bebê! Tudo é lindo! Cansaço. Barriga pesada. Sono. O bebê chuta, as pessoas falam com a sua barriga, o filho mais velho começa a demonstrar ciúmes e a gente se preocupa. Se preocupa com o parto, com o pós-parto, com a amamentação, com a saúde do bebê. Enfim... e o marido nisso tudo???!!! Ah! Ele conta pra todo mundo que vai ser papai e os amigos tratam logo de lembrar que é preciso "beber o mijo". Tradição.

O filho nasce e tudo muda! De novo. A barriga amolece, a cinta aperta, o peito vaza e o bebê chora. Mas como é lindo o bebê!! A gente é tomada por um sentimento único, perfeito. Amor. O verdadeiro Amor. Incondicional. A gente ama até ter que levantar 5, 6, 7, 8... vezes à noite. A gente ama até fralda suja de mecônio. Argh! E ama. A gente ama dar banho, a gente ama passear no solzinho das 9h, a gente ama ver o bebê dormir. E o marido nisso tudo???!!! Tem os que participam demais, tem os que "ajudam" a mãe e tem os que colocam a foto do bebê no facebook convidando a galera pra cumprir a tal tradição. Tem outros também. Tem tantos.

Bom, mas pra não fugir ao tema do post... e o casamento nisso tudo?!
Os casais que não tinham filhos, que não tinham muito horário, que viajavam sempre nos feriados emendados... de repente se vêem diante de relógios para acompanhar os intervalos das mamadas, visitas para conhecer o bebê, noites mal dormidas ou nem dormidas, quarentena e saudades estranhas. Saudades de uma liberdade que nunca mais voltará, saudades das farras com os amigos, saudades do cinema, saudades de sair da cama só quando ela pinicar e... saudades daquele bebê que não acorda mais não?? Já dorme há 4 horas seguidas... Será que tá tudo bem?! Vou espiar...
Os casais que já tinham filhos passam pelas mesmas coisas, mas umas não trazem mais tanta surpresa. Além de tudo surgem preocupações sobre como apresentar o bebê ao mais velho. Como fazer o irmão participar para minimizar o ciúmes. Como colocar limite em "mãozinhas nervosas". Como continuar atendendo todas as necessidades práticas e afetivas do primogênito.

Em meio a esse turbilhão de novidades fica para a mulher a cobrança de dar conta de tudo e ainda ser magra, bonita, feminina, alegre, engraçada, sexy e bem vestida. Mesmo que o marido não verbalize qualquer insatisfação a mulher/mãe se cobra internamente. Isso porque no espelho ela vê quilos a mais, olheiras, roupas só de botões, vontade zero de perder tempo fazendo sexo podendo dormir. Alguns homens dizem que entendem, alguns realmente entendem e outros não ajudam em nada e cobram.

Este post, infelizmente (porque eu adoraria ter a chave da questão), não pretende ser conclusivo. É interessante saber o que deu certo para cada um. Eu sei que para outros simplesmente não deu certo. Penso que a nova onda dos casamentos é mudar o foco. Tem leitura interessante mais ou menos sobre isso. Acredito que se desligar da expectativa idealizada feminina de marido bonito, perfeito, participativo, companheiro, amigo, paizão, sensivel e cheiroso... tudo isso ao mesmo tempo e o tempo todo é o primeiro passo. Aceitar que a paternidade é diferente da maternidade em TODOS os aspectos... o segundo passo. Agradecer - todos os dias - a possibilidade de poder construir um lar de carinho, respeito, amor e tranquilidade para um anjinho de Deus, mesmo que o pai dele não goste de fraldas de cocô, choros noturnos e nem sequer de lavar a louça ou arrumar a cama, terceiro passo. E por ai vai.

Um dia o bebê cresce, você começa a discutir com o marido quem vai levar ou buscar nas baladas, depois vocês vão falar mal do namorado esquisito da filha, chega o dia em que o filho sai de casa e aí vai bater uma saudade estranha. De novo. Saudades do barulho, saudades da correria pra não atrasar pra escola. Saudades da companhia no banheiro, saudades até das brigas e birras. E aí você vai se deitar no peito do marido e perceber que viveu o verdadeiro conto de fadas.

Desenho da família (Júlia 08/04/11)

Comentários

  1. Nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Parece que o seu post foi escrito por mim!!! Só não me identifiquei (ainda) com o segundo filho, mas tudo o que foi dito vale para o meu caso!!!
    Ameiiii!!!
    Beijos,
    Bárbara

    www.omelhordomundoinfantil.blogspot.com

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  2. Tirando o que disse sobre o segundo filho, que eu ainda não tenho, me idenfiquei muito com o seu relato.
    Belo post... grandes conclusões!

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  3. Adorei a sua abordagem para essa blogagem coletiva. Pq o casamento é modificado pelo turbilhão de mudanças decorrentes da maternidade. E o q nos basta é encontrarmos o equilíbrio para a maternidade e o casamento ideais! Adorei!
    Bjos,
    Camila
    www.mamaetaocupada.blogspot.com

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  4. É isso aí! cada uma de nós levou para um lado este tema, e essa mudança até que pra nós não foi tanta com a primeira filha, ela ia conosco para todos os lugares ou senão, ficava com minha mãe. Mas agora, com a chegada da duplinha, aí sim, tudo mudou... A gente viaja muito, nós 3, agora com 5, é bem mais complicado...
    Adorei!
    Beijos
    Gabi
    minhas3filhaslindas.blogspot.com

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  5. Oi Fabiana!
    Amei sua postagem!
    Li em ritmo louco, vendo cenas da minha vida passando na minha frente. Menos o segundo filho. Rs
    Voltarei! Adorei o seu jeito de escrever.
    Beijos!

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  6. Oi, Fáb. Tem sorteio no blog! Espero q goste. Bjo

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  7. Oi Fabiana!
    Obrigada pela visitinha!
    Adorei o seu blog e o jeito como você escreve! Também sou mãe ao quadrado e pude me identificar muito com você. Hoje escrevi sobre birra, heheheh, se tiver dicas eu agradeço!
    Beijo,
    Karen
    http://multiplicado-por-dois.blogspot.com/

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  8. A-D-O-R-E-I!!!

    E o marido nisso tudo???

    Mas, o meu fazia a mesma coisa: reclamava da falta de tempo comigo, mas... saia correndo da cama, no meio da madrugada, só pra ter certeza de que o bebê estava mesmo só dormindo! kkk

    Bjos e bençãos.
    MIrys
    www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

    ResponderExcluir
  9. Oi, Fabiana,
    fiquei com os olhos cheios d'água na parte: " aí você vai se deitar no peito do marido e perceber que viveu o verdadeiro conto de fadas."
    Adorei essa blogagem por dois motivos: incrível como tanta gente se identificou com o tema; e incrível como são muitos os pontos de vista! O seu, sobre casamento, me emocionou!
    Um beijo e obrigada pelo link!
    Marusia

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  10. Que lindo seu cantinho!
    Adorei esse post, gosto do jeito como escreveu tudo. Eu não participei dessa blogagem, mas contribuí depois. rs
    Você tem duas meninas lindas! A Julia é uma fofa. Eu disse que ela parece com a Felícia, que é um personagem de um desenho (não lembro qual), que adorava apertar todos os bichinhos e no fim eles corriam dela... Tadinha! Mas falei porque ela disse que apertava a irmã, no exato instante que o meu marido falou que estava com saudade de apertar o Léo. Então, são dois Felícios! Ou três, porque eu também me coloco nessa categoria com o Pequeno Léo. Enfim! Agora nos encontramos e vou estar por aqui sempre que possível. Grande beijo! Flávia

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  11. A-D-O-R-E-I!!!

    E o marido nisso tudo???

    Mas, o meu fazia a mesma coisa: reclamava da falta de tempo comigo, mas... saia correndo da cama, no meio da madrugada, só pra ter certeza de que o bebê estava mesmo só dormindo! kkk

    Bjos e bençãos.
    MIrys
    www.diariodos3mosqueteiros.blogspot.com

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  12. Adorei a sua abordagem para essa blogagem coletiva. Pq o casamento é modificado pelo turbilhão de mudanças decorrentes da maternidade. E o q nos basta é encontrarmos o equilíbrio para a maternidade e o casamento ideais! Adorei!
    Bjos,
    Camila
    www.mamaetaocupada.blogspot.com

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