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O parto dos gêmeos - Parte 2


O primeiro encontro com a Dra. Caren foi como todos os outros que se seguiram... uma delicia! Alternávamos conversa séria a boas gargalhadas. Sentia uma intimidade no ar, como se aquele laço já estivesse previsto. Eu saia sempre feliz e confiante daquele consultório. Enfim encontrei uma médica que não me enganaria aos 45 minutos do segundo tempo.


A gravidez transcorreu na maior tranquilidade. Não tive problemas com pressão alta e nem desenvolvi diabetes gestacional, apesar do medo que tivemos pelo ganho de peso elevado - principalmente nos primeiros meses. Sentia apenas um enjôo intenso, com diversos episódios de vômito e um desconforto muito grande nas costas e no quadril, o que fez com que eu me afastasse do trabalho ainda com 5 meses de barriga. O risco era de parto prematuro e eu repetia o mantra "37 semanas" todos os dias. Só então os bebês seriam considerados a termo. Eu conversava com eles pra que esperassem o dia 08/09, que não viessem antes. O tempo foi passando, a barriga pesando, as dores judiando, a ansiedade aumentando, mas eu tentava me manter calma e concentrada nos acontecimentos do meu corpo.

Mantive a tranquilidade mesmo quando tivemos a notícia de que Juliana continuava transversa. Estávamos com 36 semanas e os planos de parir em casa caíram por terra. Existia o risco dela não virar e aí depois do nascimento do Joaquim eu teria de fazer uma cesárea (nesse caso, com indicação verdadeira). Por isso, eu precisaria já estar no hospital. Mas eu acreditava que ela iria virar e nunca desisti do parto normal. Essa ecografia também trouxe uma notícia surpreendente em relação ao peso dos bebês. Os dois estavam com mais de 3kg! De repente, o mantra virou "venham loooogo!!". O receio era por conta da distensão abdominal. O medo era do útero não aguentar a pressão das contrações, ainda mais com meu histórico de 2 cesáreas anteriores. Eles precisavam nascer.

Foi quando decidimos iniciar a indução natural. Dra. Caren conversou muito com a gente, explicou todos os detalhes de tudo o que podíamos fazer, sempre trazendo argumentos com embasamento científico para que a decisão fosse tomada por nós, conjuntamente. Respondia pacientemente todas as nossas perguntas. Era um trabalho em equipe e eu me sentia segura! Decidimos descolar as membranas pra ver se o trabalho de parto engrenava. Eu estava com o colo apagado e 1 cm de dilatação. Mas nada mudou. Fizemos isso mais duas vezes. A dilatação aumentou para 3 cm e eu comecei a perder o tampão. Mas nada mais acontecia. Lembro de chamar pelas dores! Eu tomei banho quente, caminhei, subi e desci escadas, tomei chá de canela, corri dentro da piscina, fiz acunpuntura, e tomei óleo de rícino. E nada.

Chegaram as 38 semanas e a preocupação com o tamanho da barriga só aumentava. Foi quando decidimos colocar o balão (sonda de Foley). Era uma quarta-feira, dia 17/09/2014. Lembro de estar bastante cansada, um tanto chateada. Não agüentava mais os olhares de espanto pra minha barriga, nem explicar pra estranhos que "- sim, são gêmeos". Combinei de encontrar com a Taíza à tarde. Brinco com ela que foi a ocitocina que faltava... durante nosso encontro as contrações começaram a ritmar e a ficar dolorosas. Quando ela foi embora nos despedimos com um "- até mais tarde!". E assim foi. 23h ela estava voltando pra minha casa. Dra. Caren já estava nos aguardando no hospital. (continua...)






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