Pular para o conteúdo principal

Sono, peitos, eu, elas.

A falta de tempo (e isso não é uma desculpa....) faz com que eu deixe de escrever sobre assuntos que gostaria de dividir. Mas hoje, depois de ler o post da Rapha do Maternar Consciente, me vi obrigada a compartir sobre uma experiência que vivi quase calada.

Depois que Joana completou seus 6 meses de vida comecei a dar ouvidos a comentários como "ela emagreceu" ou "já não tá na hora dessa menina ir para a mamadeira?". Aos poucos deixei que o ganho de peso dela fosse assunto da moda e mesmo minha meninoca tendo as coxinhas mais fofuchas da face da Terra... me filiei à turma que a achava magrinha. O sono dela foi muito bom e regular até uns 4, 5 meses. Depois do 6º mês passou a acordar várias vezes e eu comecei a culpar o peito com pouco leite. É válido falar de algumas particularidades da minha história, ou melhor, da história dos meus peitos.

Júlia teve uma mãe inexperiente, inflexível, cabeça-dura, com 20 anos de idade (sinônimo?). Mamava com rigidez de horário (3h em 3h) e NUNCA fazia do peito chupeta. Afinal, já tinham inventado a chupeta para este fim. Foi na sua gravidez que descobri os blog's... que ainda estavam só começando. Participei de uma lista de mães que era ótima. Li uma tonelada de livros sobre gravidez, primeiros cuidados etc e tal. Assinei revistas para pais e mães. Achava que a literatura podia me "ensinar a ser mãe". As teorias são sempre extremadas... então eu ia selecionando aquilo que parecia melhor para MIM. E assim que Júlia nasceu coloquei em prática tudo o que tinha aprendido. Enfim, o resumo da ópera... Júlia mamou na primeira 1/2 hora de vida. Ficou comigo e/ou com o pai o tempo todo em que esteve no hospital. Desde as primeiras noites "deu trabalho". Não dormia muito e eu seguia o script. Já mamou - não é fome. Já trocou a fralda - não é coco. Um tempo depois descobrimos um tal de refluxo que se tornou a "explicação" para tanta inquietação noturna daquele bebê. Com 1 mês e meio de vida foi necessário complementar a mamada com leite artificial, ela vinha perdendo peso. E por mais que eu tomasse cápsulas de alfafa, muito líquido e comesse bastante milho... nada fazia aumentar minha produção de leite. Eu e o pai dela nos separamos quando ela fez 9 meses. Pela praticidade passei a compartilhar minha cama - parcialmente. Ela dormia no berço e depois que acordava ia para minha cama. Preguiça minha de ficar levantando. Vontade minha de dividir a cama com alguém. Na época eu era criticada por essa postura e por muito tempo acreditei que isso era má influência na rotina de sono da minha filha. Júlia aprendeu a dormir sozinha e a noite inteira aos 5 anos de idade e mamou no peito (com complemento de mamadeira) até os 10 meses. Parou de mamar no peito porque parei de oferecer.

Joana tem uma mãe que sabe não saber nada. Sou bem mais flexível nos cuidados com minha nova bebê. Sigo mais meu coração, testo, experimento e tento decidir sempre pelo que parece ser melhor para NÓS DUAS. Joana também mamou na primeira 1/2 hora de vida, esteve ao lado dos pais todo o tempo de hospital. Sua noite no hospital foi praticamente pendurada nos meus peitos. Oferecia o peito a cada pio dela... e depois checava se tinha algo mais (coco, frio, calor). Deixei que ela dormisse mamando no peito. Logo ela apresentou um padrão bom de sono. Acordava umas 2 vezes apenas... já com 2 semaninhas de vida. Aos 6 meses, certa de que o peito não estava aguentando seu desenvolvimento mais (por que eu ainda consegui cair nessa??), passei a dar uma segunda janta (ela janta às 17h na creche) antes de dormir. E ela já vinha comendo uma fruta no meio da manhã, além da fruta da tarde. O peito estava cada vez mais vazio e ela só mamava ao acordar, antes de dormir (bem pouquinho porque o barrigão tava cheio de comida) e de madrugada. Sem perceber, sem querer... eu estava caminhando para o desmame. Justo eu que dessa vez tinha conseguido leite o suficiente para não me render ao NAN. Justo eu que consegui não dar bola para quem dizia que "essa menina não sai do peito". Justo eu que me realizo como mamífera amamentando já que não consegui ter nenhum parto normal (hoje em dia parece que é preciso batalhar muito por isso - lembrei desse dia). Justo eu que acho a coisa mais linda minha filha me "ordenhando" (é... ela fica apertando meu peito enquanto mama!). Justo eu que sou mãe da Joana que apesar de ser um bebê que come muito bem, nitidamente não quer parar de mamar.

Fofoquei com a Rapha, que conheci pela Cristiana e ganhei forças para tirar a fruta da manhã e a segunda janta. E é com imenso orgulho que registro que os peitos tornaram a pesar! As noites continuam trabalhosas, mas meu papel como mãe desse bebê é atendê-la pacientemente (mesmo que eu levante da cama às vezes - lá pela 3ª levantada - soltando umas cobras e lagartos). O acesso aos peitos está mais livre, finais de semana não seguem mais a rotina da semana. Ela mama à tarde se quiser. Compartilho a cama parcialmente, mas consciente de que isso é bom pra ela. A gente vê na carinha do anjinho... puro prazer ficar ali coladinha em mim. E Joana continua uma menina saudável e feliz e bravinha que só.

Sou muito grata a rede de conversas e trocas que ter um blog tem me proporcionado. Agradeço aos que passam por aqui e se divertem ou curtem o que vêem. Agradeço aos elogios e às dicas. As que chegam até mim e as que "pesco" em outros cantinhos. Acredito que esse movimento das cyber mamães só acrescenta na busca por uma nova consciência na gestação e criação do futuro.

Comentários

  1. Fabi,
    Os meninos mamaram até os seis meses. Olhando pra trás acho que foi pouco e que eu podia ter esticado mais, o problema é que o esquemão que os gêmeos demandavam atrapalhava a tranquilidade que eu precisava naquele momento... Tudo bem, vivendo e aprendendo. O negócio é encontrar a melhor maneira de viver e as vezes isso acaba sendo um jeito só nosso!
    Muito legal seu post!
    Um beijo,
    Ana

    ResponderExcluir
  2. Realmente é complicado conciliarmos o que nós queremos com a opinião alheia, não? Tem sempre alguém com um palpite furado... Siga sim sua intuição e se guie pelas reações da Joana! Tenho certeza que este é o melhor caminho!

    Beijo,
    karen
    http://multiplicado-por-dois.blogspot.com/

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Diz o que achou, conte da sua experiência.
Comenta! Suas palavras me inspiram...

Postagens mais visitadas deste blog

Sugestão de leitura: Eu Sou Máximo, O Gato Isso É Fato

Toda semana a Júlia pode pegar até 4 livros na biblioteca da escola. Sempre tem aquele que a gente gosta mais e repete todas as noites na "hora do livro". *Abre parênteses* Desde que me tornei mãe sempre fui incentivada pela minha (mãe) a brincar com minha filha. Brincar mesmo... tipo sentar no chão e deixar a minha criança se divertir. Acontece que minha criança passou muuuuito tempo adormecida e  isso não era tão fácil para mim. Acabava delegando a função ao pai, à avó (já que deu a ideia, né?!rs) e, na época, à babá (que não temos mais). Porém, a culpa estava sempre presente e eu continuava me cobrando. Até porque tinha tido um modelo de mãe dessas que se desdobram para divertir os filhos. Eis que descobri o que adoro fazer com ela. Ler. É uma diversão só! Faço vozes e leio o mesmo livro várias vezes. Gosto das histórias mais longas e da docilidade das poesias infantis. Vamos ler, então?! *Fecha parênteses* O escolhido da semana foi: Imagem do Google O livro é o má...

O anjo mais velho

Há tempos tenho tentado escrever sobre esse assunto. É um assunto muito íntimo que tem acompanhado meus pensamentos a todo tempo. Tem sido como uma ferida aberta daquelas que quando começa a cicatrizar a casquinha é arrancada, sabe? Senta que lá vem história... Minha filha mais velha, Júlia, sempre foi um fenômeno. Juro, não é porque sou a mãe não. Ela sempre teve um comportamento exemplar, educada e bem articulada. As pessoas sempre a elogiaram muito por isso. E acabavam estendendo os elogios a mim... a mãe. Mas, sério, os créditos eram todos dela. Eu dizia que a elegância dela veio de fábrica. Coisa linda de ver! Nunca tivemos problemas com birras (daquelas de shopping e supermercado) e tudo sempre foi resolvido na base da conversa. Ela ouvia atentamente e aceitava os argumentos. Engravidei da Joana em Janeiro do ano passado e no início de Março tive um leve sangramento que foi justificado pela presença de um pequeno hematoma logo abaixo do saco gestacional. Acabei ficando 2 meses...

Sobre fraldas e lenços

Há dias tenho tentado vir aqui e falar de assuntos sérios... quero falar de comunicação. Comunicação entre marido e mulher, comunicação entre pais e filhos. Quero falar do impacto da comunicação no comportamento das pessoas. Das crianças, principalmente. Quero falar das dificuldade que ando encontrando para me comunicar com as pessoas que amo. Quero falar do comportamento da minha filha mais velha. Quero falar de pontes e de muros. Quero falar de distância. Quero falar de casamento e do meu marido. Quero falar de namoro e de romance. Ou da falta disso em nossas vidas. Quero falar do sono. Quero falar do meu bebê. São tantos assuntos e tantos desejos e eu, simplesmente, não consigo falar sobre nada. Então resolvi falar sobre fraldas e lenços. Tenho feito uma pesquisa intensa sobre fraldas laváveis e pretendo logo logo passar a usá-las. Mas... enquanto o bolso não permite que eu invista nessa vontade continuo com as descartáveis. Sempre usei Pamper`s Total Confort e Turma da Mônica Soft...