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A culpa me faz mais questionadora. Exemplo. Se eu grito com minha filha logo me sinto culpada por não conseguir me comunicar com ela de uma maneira eficaz. Então a culpa (que, aliás, é um sentimento horrível... ardido, angustiante) me faz lembrar que eficiência na comunicação com crianças envolve muita disposição, criatividade e paciência. Acontece que ao final do dia eu estou com a carga arriada de cada um desses itens. Claro que as noites mal dormidas contribuem (MUITO) para isso, claro que as frustrações profissionais contribuem para isso, claro que as necessidades pessoais (geralmente jogadas em segundo, terceiro, quarto, quinto... plano) não atendidas contribuem para isso. Não fosse pela culpa todos esses fatos se tornariam justificativas aceitáveis para a minha incapacidade de me comunicar com minha filha naquele momento. E, antes que a primeira voz se levante para me lembrar que eu sou um ser humano antes de ser mãe, já digo logo... Júlia é um ser humano antes de ser filha. As atitudes "intoleráveis" dela que me fizeram recorrer ao grito também podem ser justificadas por um dia difícil na escola em que uma amiguinha a esnobou ou uma tarefa complicada que a fez se sentir inferior ou um olhar da mãe para a irmã que a fez se sentir menos amada. Crianças também tem dificuldades e dores. São diferentes, mas tão intensas para os pequenos quanto é intenso para nós a conta não sair do vermelho.
A culpa é o que me faz saber que não agi da melhor maneira possível. Sem ela eu estaria cheia de razão.
Adorei sua reflexão, Fabiana. Me identifiquei.
ResponderExcluirBeijos
Eu costumo dizer que mães são seres que nascem predestinados à culpa como vc bem relatou no começo do texto...mas gostei da sua visão a respeito, faz a gente olhar por outro ângulo e realmente achar o lado bom da culpa. Otimo post. Parabéns! Bjinhos!
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